A atleta quiririense Marina Dias, conquistou nessa quinta-feira dia 26 de maio nos Estados Unidos, a medalha de ouro da Copa do Mundo de Paraescalada (UFSC Paraclimbing World Cup) e se tornou a primeira mulher brasileira a disputar e vencer uma competição internacional da modalidade.
Marina tem Esclerose Múltipla e na competição disputou na categoria RP3 feminino, para atletas com comprometimento leve da força muscular e alcance em pelo menos um dos membros. Ela foi a única atleta a conseguir atingir o topo na via final da competição que teve em segundo lugar a holandesa Christiane Luttikhuizen e em terceiro a alemã, Rosalie Schaupert.
“Pratico há quase 4 anos no ginásio Mantiqueira Escalada em Taubaté. Eu sou uma pessoa com Esclerose Múltipla e por isso busco estar praticando um esporte com frequência para tentar me manter ativa e evitar a progressão da doença. Antes de escalar eu corria, mas depois de um tempo passei a sentir muita dor ao correr e fui procurar outros esportes e encontrei a escalada e foi amor à primeira vista. Como eu tenho um comprometimento de força do lado esquerdo do corpo, classifiquei para a Copa do Mundo da Paraescalada na categoria RP3”, explica a campeã do mundo, Marina Dias.
A atleta que é também campeã brasileira na modalidade foi convocada para a competição internacional através da Associação Brasileira de Escalada Esportiva (ABEE), que faz a convocação dos atletas.
“Como eu já fui campeã brasileira de Paraescalada em 2020 e 2021, e consegui os recursos para custear parte das despesas da viagem junto a uma bolsa do Programa de Amparo ao Desporto Amador de Taubaté (FADAT), fui convocada”, conta Dias.
Sobre a medalha de ouro no mundial em solo americano, a brasileira diz estar muito feliz com o sucesso pessoal, mas espera que a conquista traga mais visibilidade ao esporte tão fundamental para qualidade de vida das pessoas.
“Estou muito feliz. Eu ainda não estou acreditando na verdade, mas que eu espero é trazer mais visibilidade para o esporte, para que mais pessoas venham a conhecer a escalada, e também que mais pessoas com deficiência ou com doenças como a Esclerose Múltipla se motivem a praticar esportes, porque com certeza isso traz uma melhora para a qualidade de vida”, deseja a campeã.
Andrew Oliveira, treinador da atleta, disse que a meta de competir internacionalmente foi traçada em 2019 e que a conquista veio mediante a muito trabalho e disciplina.
“Ela treina de cinco a seis vezes por semana, com treinamentos divididos em casa que envolvem ioga, mobilidade e treinamentos de escalada específicos no ginásio e na natureza. Alguns outros esportes à cunho de manter o condicionamento físico como natação, Mountain Bike e caminhada também são feitos”, explica o treinador que é também técnico de base da ABEE.
“Ela é muito determinada, paciente, tem muita disciplina e posso dizer também que é uma pessoa que faz as coisas com pensamento no coletivo e que busca a inclusão de outras pessoas e é até um dos motivos pelo qual ela decidiu abraçar a ideia de participar de uma competição internacional para auxiliar o esporte a ter mais visibilidade em nossa região, e também mostrando que pessoa com Esclerose Múltipla ou qualquer outra deficiência física, em qualquer esporte, possa ter perseverança, atitude de continuar acreditando, evoluindo e participando das coisas”, conclui o treinador Andrew Oliveira.
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Romeu
Ela é demais.