O atendimento prestado a pessoas com deficiência na Escola Madre Cecília foi tema de uma audiência pública realizada nesta quarta-feira, 22 de outubro, na Câmara Municipal de Taubaté. O encontro foi promovido por iniciativa do vereador Nicola Neto (Novo), que conduziu os trabalhos e destacou a importância de integrar os serviços oferecidos pela unidade.
“Venho da escola especializada, foram 12 anos trabalhando junto com a Apae, e no Madre vejo dificuldades que não poderiam acontecer, pela estrutura e profissionais que lá estão. Saber que tinham forças externas que atrapalhavam a condução da escola me incomodava”, afirmou o vereador.
Nicola sugeriu a criação de uma coordenadoria que promova a integração entre o serviço de reabilitação e a Escola Madre Cecília. Os atendimentos de fisioterapia, psicoterapia e terapia ocupacional eram realizados na própria escola até 2019, quando foram transferidos para o Ambulatório de Reabilitação, que passou a atender também pacientes fora da rede escolar.
A gestora de educação inclusiva, Adriane Pires, destacou a trajetória da unidade, que iniciou o atendimento especializado em 1993, em um espaço cedido pelo Lar Santa Verônica, e passou a funcionar em prédio próprio em 2008, sob o nome de Centro Educacional Terapêutico Especializado (Cemte). Atualmente, a Escola Madre Cecília atende 552 estudantes com deficiência intelectual, síndromes e neurodivergências.
O secretário-adjunto de Saúde, Marco Tolomio, lamentou a separação dos serviços ocorrida em 2019 e se posicionou contra a extinção de escolas especializadas. Pai de uma criança com deficiência, ele defendeu uma política pública mais estruturada para o setor. “Inclusão não existe no país. Trilhei esse caminho com minha filha e percebi o quanto existe de despreparo e falta de profissionais. Temos um desafio pela frente e há necessidade de dialogarmos e estruturarmos uma política concreta de atendimento”, afirmou Tolomio.
A gestora de saúde mental e deficiências, Silvia Helena, ressaltou a importância da parceria entre educação e saúde, lembrando que o Ambulatório de Reabilitação mantém vínculo com a escola e continua oferecendo a fisioterapia aquática nas dependências da unidade. “Trabalhamos no atendimento, mas também empoderamos as famílias para que possam levar isso para casa e para o ambiente social. É importante que as famílias recebam orientações e consigam fazer escolhas”, disse.
O secretário de Educação, Hélcio dos Santos, defendeu a ampliação do espaço e o fortalecimento das ações conjuntas entre as secretarias. “Precisamos otimizar o que acontece no Madre Cecília. Taubaté merece um espaço aprimorado, com terapias, atendimento às mães e infraestrutura moderna. O enfoque pedagógico deve caminhar lado a lado com o terapêutico”, declarou.
Mães de alunos também utilizaram a tribuna para apresentar demandas e sugestões, e os vereadores Diego Fonseca (PL) e Zelinda Pastora (PRD) participaram do debate.
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