Um dos mais importantes nomes do vôlei brasileiro, Dante Amaral, atualmente ponteiro do Taubaté, anunciou esta quarta-feira (21), em entrevista coletiva em Taubaté que vai encerrar a carreira de atleta profissional após o fim da atual edição da Superliga Masculina de Vôlei 2017/2018.
Emocionado e sorridente, o Campeão Olímpico, ouro em Atenas 2004, prata em Pequin 2008, Londres 2012 e tri-campeão mundial com a seleção brasileira agradeceu familiares, companheiros e explicou a decisão de parar aos 37 anos.
“Desde os meus 15 anos onde comecei a jogar voleibol e agora com 37 anos, praticamente estou a vida inteira fazendo só isso. Depois de anos de glória, vitórias e derrotas, cresci em cima desse esporte maravilhoso que se chama voleibol. Essa é a decisão mais difícil que tomei na minha vida profissional”, explica com a voz embargada e olhos marejados o vitorioso Dante.
As dores no corpo e o tempo maior de recuperação após os jogos foram determinantes para que o craque optasse pela aposentadoria, a ideia de parar vinha sendo trabalhada junto à família.
“Desde o ano passado que venho vendo como o meu corpo ia se comportar nessa temporada e ele está pedindo para dar um descanso. Aos 37 anos a minha condição física continua razoavelmente bem, mas a recuperação não é a mesma e eu preciso de dias a mais para recuperar e fisicamente para mim está sendo um pouco difícil, isso pesou bastante, conversei muito com meus familiares até tomar uma decisão”, comenta Dante.
O ponteiro nascido em Itumbiara-GO, é conhecido no mundo todo por suas conquistas dentro de quadra. As 3 medalhas olímpicas, 3 campeonatos mundiais, 2 copas do Mundo, 7 ligas mundiais conquistadas reservam ao craque um lugar no grupo seleto de grandes nomes do esporte.
Pelo Vôlei Taubaté, Dante conquistou o Campeonato Paulista de 2014 e 2017, além da Copa do Brasil em 2015. Com a equipe taubateana disputando os playoffs, o craque pode ainda buscar o título da Superliga Masculina de Vôlei 2017/2018.
Futuro:
Apesar do perfil calmo e muito técnico do jogador dentro de quadra, Dante afirmou que por enquanto ser treinador não é a intensão, mas que já tem projetos para atuar fora das quadras e não descarta trabalhar em setores administrativos.
“Eu tenho dois projetos sociais que está basicamente feito, é um projeto para crianças carentes que se chama Dante Vôlei, um em Itumbiara, minha terra natal e outro em Sorriso-MT, onde nós estamos morando. Uma coisa que me ensinaram é nunca diga nunca, mas a princípio ser técnico está descartado, todo mundo fala isso, que eu seria um bom treinador, que eu consigo ler o jogo de uma maneira diferente, mas eu particularmente gostaria de fazer parte do setor administrativo, esse é o caminho que eu vou tentar percorrer daqui em diante”, afirma.
Lágrimas:
Acostumado a grandes emoções no esporte, Dante foi as lágrimas ao falar de seu primeiro treinador, seu pai, “Obrigado todos vocês, obrigado ao meu primeiro técnico que foi meu pai, aos 13 anos, ele que foi o grande precursor disso tudo, ele que juntamente com a minha mãe e meus irmãos me deram todo o apoio”, relata com lágrimas nos olhos o ídolo do vôlei que ressalta, “Meu pai foi uma das primeiras pessoas a saber que eu ia encerrar a carreira, ele até balançou a cabeça e falou, ‘é o momento chega’, eu prometi que não ia me emocionar, mas não teve jeito, agradeço a todos vocês que fizeram parte dessa carreira maravilhosa que eu tive. Deixo com a cabeça erguida e sei que deixo um belo legado. O esporte é vitalício o atleta é passageiro”, conclui.
Momento marcante:
Ainda em coletiva, Dante destacou dois momentos na carreira em que ele cita como os melhores, “É difícil dizer, mas a minha primeira convocação e o primeiro jogo pela seleção profissional não se esquece, eu tinha 17 anos e estreei no antigo Maracanazinho, contra o Canadá, me lembro como se fosse ontem, como passa rápido, e o ápice de um atleta de voleibol é ser campeão olímpico, é conquistar uma medalha, a ouro (Atenas 2004) sem dúvida alguma é o nível máximo onde se pode chegar”.
Dante destacou ainda que fora da seleção brasileira não tem um momento mas tem orgulho de que em todos os clubes que passou conquistou medalhas.
Com 22 anos de carreira, Dante está em sua segunda passagem pelo Vôlei Taubaté e encerrou a entrevista coletiva dizendo que escolheu o Taubaté para encerrar sua carreira por estar em um clube grande, de visibilidade mundial e ao lado de grandes jogadores.
Mirando as quartas de final da Superliga que tem sua primeira partida no domingo, 25/03, às 19h00 no ginásio do Abaeté, Dante disse que sua aposentadoria pode ser um combustível para que a equipe do Taubaté entre ainda mais motivada contra o Minas Tênis Clube.
“Pedi a eles (jogadores), vocês têm o dever de me dar esse presente (risos). É uma brincadeira, mas acho que vai ser um algo a mais para esse grupo. É um algo a mais para mim também. Creio que seja uma gasolina e que o grupo todo abraçou a causa. Me sinto muito honrado, pois eles se uniram e disseram que vão fazer de tudo para vencer”, conclui Dante.
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