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Já pensou em trabalhar viajando e ganhando em dólar e euro?

O sonho de muitas pessoas é conhecer e viajar pelo mundo. Mas, para conseguir realizar esse sonho, é preciso de dois requisitos básicos: tempo e dinheiro. Mas, como conseguir os dois sendo que para se conseguir dinheiro é preciso trabalhar, o que demanda tempo?

O garçom e morador de Quiririm, Raul Henrique da Silva Santos, 36 anos, tem um emprego onde consegue realizar esse sonho. Raul trabalha como garçom dentro de navios, e com isso já conheceu diversos lugares como o nordeste brasileiro, mas, onde mais costuma estar é em solos, ou melhor dizendo, em mares, estrangeiros. “Já fui para Europa, passei pela África, Ilha da Madeira, Lisboa, Ibiza, Barcelona, dentre muitos outros”, conta o garçom que, dentro do navio, acaba fazendo de “quase tudo”.

Foto: Acervo Raul Henrique

“Lá você tem que se virar, fazer várias funções, eu era garçom e trabalhava no hospital, é bastante trabalho, mas é uma experiência muito louca, não tem dia de folga, você tem horas de folga, onde você consegue descer, mas é uma experiência para o resto da vida”, relata Raul, que comenta o fato da nacionalidade brasileira ser um ponto positivo a seu favor, “O pessoal adora brasileiro, a gente ganha muita caixinha, eu fazia truques de mágica, dançava para os passageiros, colocava o restaurante inteiro para dançar (risos), o pessoal gosta muito, mas lá dentro você trabalha com todas as nacionalidades, filipino, indiano, greciano, francês, alemão, é um mix, é legal porque você aprende muita coisa”.

Foto: Acervo Raul Henrique

Mas, como Raul, morador de uma cidade do interior de São Paulo foi parar em navios que passam pelo mundo inteiro? O garçom trabalhava em uma tradicional Cantina italiana de Quiririm, e já estudava inglês, como tinha amigos que já haviam trabalhado com isso, já tinha um certo interesse em conseguir o emprego dos seus sonhos, “Um dia, atendendo um cliente na Cantina Gadioli, por coincidência, o cliente trabalhava em um navio, na parte dos cassinos, e aí eu disse que estava fazendo inglês e que estava tentando ir, aí ele me deu a maior força, me ensinou o caminho das pedras e eu fui”, relembra.

E a pergunta que não quer calar, como é o pagamento?

“Para conseguir trabalhar em navios é preciso ter experiência no ramo e falar inglês, claro que quanto mais línguas você falar, melhor, o pagamento quando está no Brasil é em dólar e quando está lá fora (no exterior) é em euro”, explica Raul, que destaca, “Você conhece o mundo através do trabalho, você dorme hoje na Itália e amanhã está chegando na França, outro dia em Portugal, e assim vai”.

E os próximos destino de Raul são Grécia e Cuba, “Vou pegar o navio em Atenas, aí vamos fazer a rota da Grécia e logo em seguida já vai para Cuba, onde vamos ficar cinco meses, fazer uma temporada cubana, aí depois sobe de novo e volta para a Grécia, aí termina e fico mais uns quatro, cinco meses fazendo a temporada lá, aí são uns dez dias no mar, só água (risos)”.

Sobre as dificuldades, o ponto que mais aperta, mesmo com a tecnologia que hoje permite a comunicação via wifi, é a saudade da família. Porém, Raul não está sozinho, sua namorada também trabalha em navios e está sempre junto com ele nas aventuras, o casal, inclusive se conheceu dentro do navio, “Todo mês tem a festa do tripulante nos navios, é nossa festa, para distrair um pouco, e em uma dessas nos conhecemos e fomos nos envolvendo, e estamos juntos, só falta casar”, ressalta.

Porém, nem tudo são flores para quem está em alto mar, Raul já pegou tempestades, e também teve que fazer um curso de sobrevivência a auto mar de cinco dias, e toda semana participa de treinamentos de segurança. Mas, Raul não se vê em outro lugar, “Quando você chega lá e começa a trabalhar você fala “o que que eu estou fazendo aqui?“, aí passa um mês, você recebe e pensa, “dá para segurar”, e aí no final do contrato você já não quer nem voltar”, afirma.

Foto: Acervo Raul Henrique

Muitas histórias para contar e bastante experiência Raul conquista a cada trabalho novo, “Você volta com outra cabeça, eu nunca imaginava sair de Taubaté e fui para Ibiza, fui parar na França, você volta com conhecimento, com uma cabeça totalmente aberta”, relata o garçom, que já planeja seu futuro, “Agora estou voltando (para o navio) e quero ficar mais umas cinco, seis temporadas, o que leva uns seis, sete anos”, conclui.

O navio Celestyal Cristal, no qual Raul está comporta até 1400 passageiros, e os preços para cruzeiros variam a partir de R$ 2058.

Foto: http://www.123cruzeiros.com.br/

Foto: http://www.123cruzeiros.com.br/

 

 

 

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