Existem países com os quais me identifico, e não estou falando da Itália, que a identificação chega a ser tão intensa que meus sentimentos se confundem e que me permito a me sentir italiano.
Na América do Sul, essa identificação se deu de imediato quando pela primeira vez visitei Buenos Aires, isso no início dos anos 80. Ali conheci e aprendi a apreciar algumas coisas que ainda não tínhamos no Brasil. O primeiro musical que assisti foi no Teatro Colón, a primeira grande e charmosa livraria que entrei foi a Ateneo, na Av Callao. Senti que fui muito recebido e chego muitas vezes nem me sentir um turista, elegi a Argentina como meu terceiro país, ou até mesmo meu segundo, pois muitas vezes a Itália e Brasil se misturam.
Minhas viagens são sempre programadas com muita antecedência, e mais uma vez, por uma feliz coincidência, estou aqui em Buenos Aires com “Los Hermanos”, vestindo meu coração de azul e branco na final da Copa do mundo de futebol 2014. 
O clima aqui é uma coisa nunca vista, conversando com taxistas, garçons, com pessoas pelas ruas, todos estão esperançosos e com muita confiança na Seleção Argentina. Hoje, conversando com Paolo Martini (o cantor ítalo-argentino que por dois anos esteve na festa italiana de Quiririm), ele me disse: “Os jogadores argentinos precisam raciocinar muito durante o jogo, nós, latinos, somos muita emoção”.
Eu, que achava que o brasileiro é fanático por futebol, me espanto de ver o fanatismo e a alegria dos argentinos. Eu cheguei na quarta-feira, dia 09, no dia do jogo da Argentina e Holanda, e a partir do momento que se saí do avião, tudo é futebol, se vê por todos os lados que a Capital Federal realmente se tingiu de azul e branco. Foi muito emocionante ver a Argentina na final depois de 24 anos, e para mim foi muito fácil torcer, seguindo a teoria da identificação, a Holanda é um país que não conheço e sou como “Los Hermanos”, sou sul americano. Seguindo essa teoria, e mesmo sabendo que não será fácil, estarei na torcida para que a Argentina vença.
Nada de que vença o melhor (risos), que vença nossos Hermanos!
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