Anualmente em dezembro, próximo ao dia 13, uma tradição se renova em Quiririm. Há 20 anos a passagem da Santa Lucia enche de fé os mais velhos e leva brilho aos olhares das crianças que aguardam a data para levar o capim para o burrinho que puxa a charrete e ganhar doces da Santa, personificada por Talyta Valerio.
As crianças aguardam o momento para alimentar o cavalo – Foto: Quiririm News
Atração a parte, a charrete enfeitada com tecidos e flores, esse ano veio em tons claros com girassóis e ao lado da Santa Lucia mistura o sagrado e o folclórico dessa, que é a santa milagreira dos olhos, e que tem seu dia celebrado oficialmente pela igreja católica em 13 de dezembro.
Moradores observam a tradicional passagem da Santa – Foto: Quiririm News
Quase como uma procissão, moradores de Quiririm com seus filhos e netos acompanham todo o trajeto da Santa Lucia, que passa pelo quadrilátero histórico de Quiririm. Muitos moradores recordam do tempo de criança e não conseguem segurar as lágrimas que, em especial no mês de dezembro, caem mais fácil.
“Todo ano é diferente, mas este ano, se tratando do falecimento da minha avó e da Dona Nininha, que sempre acompanhou a gente, a emoção fica mais aflorada do que outro ano normal. O mais gostoso disso é que as crianças e os moradores aqui de Quiririm não deixam essa cultura morrer e as crianças entendem que a noite do dia 12 para o dia 13 o capim tem que ficar debaixo da cama, que a santa vai passar no outro dia de manhã para pegar o “capinzinho” para o cavalinho e então eles fazem questão de acordar cedo e tirar foto com a santa para pegar o docinho e isso para mim é muito bom e gratificante”, explica Talyta Valério que, todos os anos se veste com o manto para interpretar a Santa Lucia.
Os preparativos começam dias antes, com a arrecadação do dinheiro para a compra dos doces que são distribuídos gratuitamente, a confecção do manto da Santa e os enfeites de sua charrete.
Adultos e idosos também acompanharam a passagem da Santa – Foto: Quiririm News
Esta tradição teve início quando Dheminho Canavezzi e Telma Magalhães Bastos tiveram a ideia. Anos se passaram e a tradição continua passada de geração em geração perpetuada por Marcia Valerio, Fábio Scarenzi, Beto Forini e Telma Magalhães. Este ano, em média 400 saquinhos com doces foram distribuídos.
