Sabemos que a violência psicológica é considerada uma agressão sutil aos olhos da sociedade, porém, existe a lei 11.340/2006 conhecida como Lei Maria da Penha, publicada em 07/08/2006 que combate não somente a agressão física, mas também a psicológica.

Os agressores utilizam controle sobre as ações, passos, pensamentos e comportamentos da vítima através de chantagens, constrangimentos, humilhações e todas as formas e artimanhas que mobilizem a vítima, tornando-a limitada e dependente dele.
São típicos manipuladores e destruidores, porque dissolvem a imagem positiva, desconstrói valores, anulam a identidade, a capacitação, sua autoestima, seu amor próprio, sua força, sua coragem e traz danos muitas vezes irreversíveis de desamor, desvalorização e desrespeito.



 

A maioria das vítimas nem percebem que estão em uma prisão, porque ela ocorre de múltiplas formas, podendo passar desapercebidas como “foi sem querer”, “não queria ter dito isso”, “foi só dessa vez”, entre outras.

Fique atenta que os sinais começam a se intensificar e se tornam repetitivos.
Esse tipo de violência fragiliza o estado emocional da vítima. As agressões aumentam gradualmente e derrubam sua autoestima. As agressões ocorrem de forma sutil, com pequenas provocações, comentários, brincadeiras que te diminuem. O agressor por ser manipulador e dominar faz com que a vítima se culpe pelo que está ouvindo, a rotula como “louca”, “problemática”, “ninguém te ama”, “ninguém te quer”, ” você é feia”, ” você está gorda”, você está magra demais”, desta forma a vítima se sente inferiorizada e acredita que realmente é tudo o que ouviu.

Quando a vítima tem um sentimento afetivo pelo agressor, possui dificuldade de ver, de romper este relacionamento tóxico, não tem percepção, já que nutre sentimentos bons pelo mesmo.

Fique atenta a sinais:
– O agressor faz chantagem emocional através das ameaças, tais como “vou terminar com você”, “vou te prejudicar no trabalho”, “vou machucar sua família ou amigos”.
– O agressor humilha a vítima em momentos íntimos e públicos, geralmente a obriga a fazer o que ela não quer, mas que será satisfatório pra ele.
– O agressor utiliza de artimanhas para convencer a vítima que ela está errada, porque ele distorce os fatos da realidade e a chantageia emocionalmente. Ele distorce os fatos, fazendo com que a vítima duvide de si mesma e de suas percepções.
– O agressor proíbe o contato com amigos e familiares, o direito de ir e vir da vítima, porque através dessa forma a vítima não terá ao seu lado pessoas que a façam enxergar o cárcere que vive.
– O agressor expõe a vítima a situações constrangedoras, na qual ele é o superior e ela não tem valia. Ele diz que somente ele a amará e será o único, mostrando que a vítima é posse dele.

Muita das vezes, a vítima passa a ver que a percepção do agressor é a correta e esquece de julgar seus próprios conceitos e do seu merecimento de felicidade, sendo assim, a mesma se anula, se isola, fica presa e dependente do agressor.

Se você sofre com esse mal, saiba que continuar em um relacionamento tão tóxico é prejudicial a você e que existe grande probabilidade de ter transtornos psicológicos, como ansiedade, Síndrome do Pânico, estresse pós traumático e depressão.

Ao entrar nesse estado emocional a vítima é fragilizada e passa a duvidar de si mesma, questionando sobre o seu próprio valor e de suas capacidades. É muito difícil ela romper ou deixar esse relacionamento abusivo, pois encontra-se sobre a manipulação e domínio do mesmo.

Eu sofro violência psicológica, o que fazer?!
-Procure apoio de amigos e familiares;
– Inicie tratamento psicológico urgentemente;
– Denuncie o agressor para que a lei o mobilize;
– Bloqueie o agressor no telefone, redes sociais e etc;
– Faça uma lista sobre tudo o que gostaria de fazer;
– Mude o seu visual;
– Vista roupas alegres e coloridas;
– Evite noticiários negativos;
– Crie uma rede de apoio para se sentir segura;
– Medite;
– Pratique exercícios físicos.

Quando uma vítima te procurar para pedir ajuda, não a julgue, ela precisa se sentir acolhida. Ela está com medo, tem dificuldade de confiar e se sente sozinha.
Incentive uma reflexão sobre a situação e pontue tudo que é negativo e abusivo para que ela faça uma análise sobre a situação que se encontra e decida não permanecer.

Para você que sofre de violência psicológica, você pode sim sair dessa situação, mas ela vai exigir uma atitude sua e você é a única que pode fazê-la.

Dê o primeiro passo e conte para alguém de sua confiança sobre a situação a que está presa. Peça ajuda!
Não permita! Você é amada, valorizada, inteligente, especial e capaz!
Você é vencedora!!!

Independente do que falam ou pensam sobre você, isso não te define!

Jéssica Outani – CRP:128.720/06
Psicóloga Cognitiva Comportamental

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