Como todos os anos há mais de 20 anos, a tradição, devoção, emoção e a alegria tomam conta das ruas do Distrito de Quiririm. Logo pela manhã deste domingo, 14 de dezembro, a passagem da Santa Luzia, ou para os italianos “Santa Lucia”, com seu cavalinho aigtou e acordou os moradores que vieram para pegar os doces.
Mistura do sagrado com o folclórico, uma charrete enfeitada com flores que leva a Santa dos olhos, personificada por Talyta Valério, é puxada por um cavalo que recebe capim das crianças,que ao alimentar o cavalinho recebem o doce das mãos da santa, que tem seu dia celebrado pela igreja católica todo dia 13 de dezembro.
Muitas famílias caminharam pelas principais ruas de Quiririm, junto da Santa milagreira dos olhos, “Lembrou minha infância, todo dia 12 a noite a gente colocava um pratinho com um capinzinho e no dia seguinte o pratinho amanhecia cheio de doces, era a mãe da gente que colocava e dizia que foi o cavalinho da Santa Lucia que comeu. Eu acho maravilhoso, fiquei emocionada”, disse a médica Dalva Gadioli Cortez, que não conteve as lágrimas.
Os preparativos começam dias antes, com a arrecadação do dinheiro para a compra dos doces que são distribuídos gratuitamente, a confecção do manto da Santa e os enfeites de sua charrete, “No começo fiquei meio desanimada porque parecia que não tinha mais criança em Quiririm, e esse ano lotou de crianças de novo, e todas sabendo da tradição, respeitando a santinha, dando o matinho para o cavalo. Enquanto eu estiver viva Santa Lucia sai todos os anos. Conta a professora Marcia Valério, organizadora do evento juntamente de Fábio Scarenzi, Telma Magalhães Bastos e de Beto Forini.
Muitos pais saíram na porta de suas casas e esperaram a passagem da charrete com a Santa e pegaram doces para seus filhos, mas para uma pessoa em especial, a tradição tocou o coração, “Eu estava na capelinha orando pela cirurgia que fiz na vista e de repente eu encontro com Nossa Senhora passando no desfile aqui da Santa Lucia, a santa dos olhos. Para mim foi muita emoção, eu fiquei emocionada porque, por uma coincidência, assim de eu chegar e encontra-la, tanto é que estou muito feliz. Eu estou curada”, contou emocionada a moradora Marta de Lima.
Esta tradição teve início há pouco mais de 20 anos atrás quando Dheminho Canavezzi e Telma Magalhães Bastos tiveram a ideia. Anos se passaram e a tradição continua passada de geração em geração. Este ano, em média 400 saquinhos com doces foram distribuídos.