Em assembleia realizada no estacionamento da Ford de Taubaté na manhã dessa sexta-feira 26 de fevereiro, o Sindicato dos Metalúrgicos apresentou aos trabalhadores da montadora os resultados da reunião com a direção global da Ford ocorrida na última quinta-feira (25), onde o ponto principal foi o de que a montadora reafirmou que não há mais a possibilidade de reverter a demissão em massa dos 830 trabalhadores diretos da Ford na cidade.
“Infelizmente foi uma reunião frustante. Apesar colocarmos todas as propostas possíveis para a Ford, eles reafirmaram que é irreversível a decisão de encerrar a produção da Ford no Brasil. Nós lamentamos essa situação. Eles nos perguntaram se gostaríamos de discutir (a indenização), negociando ou juridicamente, e nós aqui hoje deliberamos com os trabalhadores que o melhor caminho é o negociado e vamos nos esforçar para conseguir o melhor acordo para os trabalhadores da Ford em Taubaté”, explica o Presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Taubaté, Claudio Batista.
Há nove anos trabalhando na Ford de Taubaté, o metalúrgico Vagner dos Santos lamentou a postura da montadora e se disse traído com toda a situação.
“A gente estava lutando, sabíamos que era difícil a reversão, mas ainda tínhamos um fio de esperança, mas agora com esse anúncio de que é irreversível, é lutar por uma indenização justa. O sentimento é de traição, me sinto traído, entendeu, já que nós tivemos redução de salário e tudo que nós fizemos para manter o emprego e da noite para o dia ela abandona a gente. O sentimento é de traição”. disse dos Santos.
Na próxima terça-feira sindicalistas fazem nova reunião com representantes da montadora para iniciarem a mesa de negociação sobre a rescisão trabalhista.
A Ford anunciou o encerramento das atividades no Brasil no dia 11 de janeiro e de acordo com o DIEESE ( Departamento Intersindical de Estatística e Estudo Socioeconômicos), o fechamento das unidades da Ford no Brasil podem causar um impacto de 118,8 mil postos de trabalhos diretos e indiretos no país.