Em assembleia realizada na manhã desta quarta-feira (16), os trabalhadores da Ford Taubaté aprovaram, por unanimidade, a volta ao trabalho parcial. O Sindicato dos Metalúrgicos de Taubaté informou que todos se apresentaram ao trabalho, em resposta a uma convocação parcial feita pela montadora na semana passada.
Os trabalhadores chegaram por volta das 13h e assumiram suas posições na fábrica, se colocando de prontidão para produção. Ao mesmo tempo, representantes do Sindicato participaram de nova audiência de conciliação do TRT que resultou em novo acordo que prevê negociação direta com a direção mundial da Ford.
“A Ford joga sujo ao culpar os trabalhadores pela paralisação da produção para depois coagir e constranger. Não existe greve. Todos querem trabalhar. Nosso compromisso é com a geração de emprego e renda”, explica o coordenador sindical na Ford, Sinvaldo Cruz.
“A Ford estava dando licença remunerada e não queria que os trabalhadores entrassem na fábrica. Nós, trabalhadores, queremos o direito de trabalhar todos os dias, todos os horários. Nosso objetivo é que a Ford produza e garanta o emprego das trabalhadoras e trabalhadores”, explica o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Taubaté e Região (Sindmetau), Cláudio Batista, o Claudião.
Audiência e novo acordo:
Em relação a nova audiência de conciliação no Tribunal Regional do Trabalho de Campinas, os trabalhadores votam nesta quinta-feira (18), um acordo que garante uma negociação direta com a direção mundial da Ford, com o objetivo de tentar reverter a saída da montadora do país. A proposta será analisada em assembleia, às 8h, na fábrica de Taubaté.
A mesa de negociação é um dos pontos do acordo firmado em audiência de conciliação do TRT (Tribunal Regional do Trabalho), realizada nesta quarta-feira (17).
O acordo estabelece que a reunião com a direção mundial da Ford seja realizada até o dia 25 deste mês.
“A empresa se compromete a viabilizar encontro dos dirigentes sindicais com executivos de alto nível, com poderes de decisão de reverter o encerramento das atividades”, aponta a ata da audiência, presidida pelo desembargador do TRT Francisco Alberto Giordani.
Ainda segundo o acordo, a empresa deve assegurar salários e benefícios aos empregados durante todo processo de negociação, sejam eles convocados ou não ao trabalho. Esses, e outros pontos da proposta, serão apresentados pelo Sindicato para votação dos trabalhadores em assembleia na fábrica nesta quinta-feira, às 8h.
Processos
O acordo que será votado pelos trabalhadores em assembleia nesta quinta-feira é relativo ao processo de dissídio coletivo protocolado pela Ford. O Sindicato contestou essa ação por entender que a paralisação das atividades na fábrica foi feita pela própria montadora.
Já a suspensão das demissões na Ford é resultado de um outro processo. A liminar, obtida em uma ação civil pública proposta pelo Ministério Público do Trabalho, continua vigente.
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