Pai de doadora de órgão se reencontra com receptor - Foto: Quiririm News

Um gesto que transcende a vida uniu em Quiririm duas famílias italianas na noite dessa sexta-feira (21). Os Nogarotto e os Bertazi escolheram a pizza do Distrito para celebrar o gesto de amor de uma jovem que salvou uma vida.

Dois anos e meio após o acidente que vitimou a ciclista Marcela Nogarotto, de 25 anos em Taubaté, (entenda o caso, clique aqui), seu pai, Eduardo Nogarotto, se encontrou com o receptor de um órgão doado pela filha, o vereador de Porto Ferreira-SP, Alessandro Bertazi (o Dentinho).



 

Vivendo emoções extremas com a perda da filha, a família Nogarotto encontrou forças para realizar um desejo que era da própria Marcela, de ajudar ao próximo doando seus órgãos. “A Marcela, há tempos falou, pai, eu quero ser doadora. É aquele negócio, vai daqui, vai dali, e calhou de Deus a levar e fizemos todos os meios direitinho para poder fazer a doação”, explica Eduardo, que não esconde, “É muito complicado para a gente, sabe, é muito complicado. Você saber que perdeu um filho, nossa! Mas hoje temos o Alessandro com a gente, que já faz parte de nossa família. É os Bertazi e os Nogarotto, todos italianos”, conta o pai da doadora.

Foto: Quiririm News

Eduardo Nogarotto é abraçado por Alessandro Bertazi – Foto: Quiririm News

O encontro entre os dois partiu de uma pesquisa que Alessandro realizou na internet após ter o rim transplantado, buscando encontrar aquela família que ao aceitar a doação de órgão, salvou e prolongou a vida dele, que em 2011 descobriu que tinha uma doença renal crônica e que, durante dois anos, teve de fazer hemodiálise na cidade de São Carlos-SP.

“No ano de 2014, graças a um gesto de bondade e amor ao próximo, tanto da jovem Marcela, quanto da sua família eu tive a possibilidade de levar uma vida nova, uma vida normal como todo mundo deseja e se livrar da hemodiálise”, relata Alessandro, que explica o desejo em conhecer os pais daquela que lhe deu uma nova vida, “Eu tive a curiosidade de entrar para fazer uma pesquisa na internet e me deparei com o ocorrido com a jovem Marcela. Dezesseis dias após o acontecido dela, houve o meu transplante. A oportunidade de estar conhecendo essa família maravilhosa e estar podendo contribuir com a alegria e na verdade o que acontece é que eu carrego um pedacinho da Marcela junto comigo, e dessa forma a gente fica muito feliz em saber que a gente se fazendo presente, traz uma mensagem de felicidade para a família Nogarotto”, conclui Alessandro Bertazi.

“Foi muito bom, nos encontrarmos, choramos juntos, nos abraçamos e hoje unimos as famílias, ele vem para cá, eu vou para Porto Ferreira, sabe, ficou assim, um laço muito forte entre nós. É um laço como pai e filho, eu tenho ele como meu filho”, revela emocionado, Eduardo Nogarotto.

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Confraternização: As duas famílias se reuniram em pizzaria de Quiririm – Foto: Quiririm News

Muito querida entre os amigos, Marcela Nogarotto, enquanto enferma, conseguiu mobilizar uma cidade inteira de doadores de sangue e com a sua morte, a iniciativa se oficializou na cidade de Taubaté com a Campanha “Sangue Bom – Marcela Nogarotto”.

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Marcela Nogarotto – Foto: Reprodução/Facebook

“A Marcela era uma pessoa muito querida, mas não sabia o tanto, sei que ela tinha amizade desde o varredor de rua até um promotor, mas não sabia que era tão forte assim. Nós temos um pessoal que nos ajudou muito, com a campanha que temos do dia 24 ao dia 30 de junho (anualmente), que o Vr. Noilton criou e que hoje é em nome da Marcela, além da ciclovia da cidade que também leva o nome dela”, orgulha-se Eduardo.

No último ano, houve uma crescente no número de doadores de órgãos em Taubaté, o Hospital Regional da cidade conta com um profissional com formação específica para potencializar o processo de doação. No ano passado foram 8 captações de órgãos realizadas, salvando cerca de 24 vidas.

“Percebemos que, quando a pessoa já falou sobre o assunto com o seu círculo familiar, essa decisão fica mais fácil, pois querem respeitar a decisão que o ente tomou em vida”, comenta o Diretor Médico Corporativo do HR, Dr. Caio Soubhia Nunes.

“Eu fico até sem palavras, na realidade, o ato de bondade e de amor ao próximo, me deu a oportunidade de ter uma vida nova. Aconselho todas as famílias, que se conscientizem nesse momento e faça doação de órgãos, que é muito importante para as pessoas que estão aí na fila de transplante”, afirma Alessandro Bertazi.

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